A Polícia Federal realizou, na manhã desta quinta-feira (24), uma operação que resultou na apreensão de R$ 2,7 milhões em espécie na residência do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, em Mato Grosso do Sul. A ação faz parte de uma investigação que mira um esquema de venda de sentenças judiciais.
O montante apreendido estava distribuído em notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e também em dólares. As autoridades também apreenderam documentos e aparelhos eletrônicos na casa do ex-magistrado, que se aposentou em junho deste ano após quatro décadas de atuação no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
A operação atingiu vários outros desembargadores e autoridades do estado. Ao todo, cinco desembargadores foram afastados de suas funções pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e estão sendo monitorados com tornozeleiras eletrônicas. Entre os afastados estão Sérgio Fernandes Martins, presidente do TJMS, e outros quatro desembargadores.
O Ministério Público Federal havia solicitado a prisão de Júlio Roberto, mas o STJ negou, permitindo apenas a quebra de seu sigilo fiscal. As investigações apontam para a prática de transações imobiliárias com recursos de origem não rastreável.
A operação, que ainda está em curso, envolve o cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão em várias cidades, incluindo Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá. Os investigados podem responder por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
Até o momento, nenhum dos envolvidos se manifestou publicamente sobre as acusações.