Uma operação conjunta entre a Polícia Civil e a Guarda Civil Municipal (GCM) de Monte Mor (SP) resultou em um trágico desfecho na última sexta-feira (29), no Jardim Campo dos Dourados. Durante a tentativa de captura de Rafael Maffi da Silva, de 41 anos, suspeito de feminicídio e tráfico de drogas, o guarda municipal José Prado Moitinho, de 51 anos, foi baleado e não resistiu aos ferimentos. O suspeito também morreu no confronto.
Moitinho, com 17 anos de serviço na GCM de Monte Mor, auxiliava a Polícia Civil na busca por Rafael, acusado de matar sua ex-namorada, Nicoly Victoria Camargo Rodrigues, de 23 anos. Nicoly foi encontrada morta no dia 13 de novembro às margens da Interligação Baixada Santista, em Cubatão (SP), com marcas de tiros. A investigação apontou Rafael como autor do crime, motivado pelo término da relação de cinco anos.
Na sexta-feira, o suspeito foi localizado em frente a um bar. Ao notar a presença policial, ele fugiu em um veículo, disparando contra os agentes durante a perseguição. Após colidir com uma viatura, Rafael tentou escapar a pé, mas continuou atirando. Durante o confronto, Moitinho foi atingido e socorrido ao Hospital Associação Sagrado Coração de Jesus, onde faleceu. Rafael morreu no local após ser baleado pelos policiais.
A Prefeitura de Monte Mor decretou luto oficial de três dias em homenagem a José Prado Moitinho, destacando sua dedicação ao serviço público. “Ele honrou a farda azul-marinho e a nobre missão de servir e proteger”, afirmou a administração municipal em nota oficial.
Investigações
Segundo o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), evidências confirmaram que Rafael foi responsável pelo assassinato de Nicoly. “O documento da vítima foi encontrado no bolso do suspeito, e o projétil disparado contra o guarda Moitinho tem as mesmas características dos encontrados no corpo de Nicoly”, explicou. A investigação segue para a conclusão do inquérito.
Nicoly havia encerrado o relacionamento com Rafael no início de novembro e se refugiado na casa de familiares em Praia Grande (SP). No entanto, o suspeito rastreou seu celular e passou a persegui-la, enviando mensagens ameaçadoras. No dia 4 de novembro, ela anunciou o fim da relação, mas foi encontrada morta nove dias depois.
Mayara Cristina Rodrigues, prima da vítima, relatou o temor constante de Nicoly. “Ela estava desesperada, pedindo ajuda para sair da relação havia meses. No dia 9 de novembro, ela disse que não aguentava mais as ameaças dele”, contou.
A morte do guarda José Prado Moitinho e do suspeito Rafael Maffi da Silva marca um episódio trágico na luta contra a violência e o feminicídio. O caso ressalta a necessidade de apoio às vítimas de relacionamentos abusivos e reforça o compromisso das forças de segurança na busca por justiça.