Relatório da CNDL e SPC Brasil mostra leve redução de devedores em setembro, mas valor das dívidas e tempo de atraso continuam elevados
Depois de um ano em alta, Santos, a maior cidade do Litoral Paulista, registrou em setembro de 2025 a primeira queda na inadimplência. É o que mostra o levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgado pela CDL Santos Praia, entidade que representa o comércio local.
Segundo o relatório, o número de devedores caiu 0,26% em relação a agosto (que havia registrado alta de 0,75%). A tendência foi semelhante à da região Sudeste (-0,35%), mas diferente da média nacional, que apresentou alta de 0,21%.
Mesmo com a queda mensal, o acumulado de 12 meses ainda aponta aumento de 7,03% em Santos, enquanto a região Sudeste subiu 7,54% e o Brasil 8,91%.
Para o presidente da CDL Santos Praia, Nicolau Miguel Obeidi, o resultado é animador, mas ainda requer atenção.
“É um respiro, mas temos que lembrar que depois de um ano em alta, a inadimplência ainda gera preocupação. Sabemos que as pessoas tendem a gastar mais conforme o fim do ano vai chegando, mas acreditamos que o 13º também dê um fôlego a mais nas contas”, ressalta.
Como é feito o levantamento
O estudo é realizado mensalmente a partir da base de dados do SPC Brasil, que verifica se a quantidade de devedores e dívidas aumentou ou diminuiu em relação ao mês anterior e ao período de 12 meses. A análise mostra também o perfil dos consumidores inadimplentes, o valor médio das dívidas, o tempo de atraso e os setores mais afetados — sem acesso a dados pessoais dos devedores.
Perfil do inadimplente em Santos
Em setembro, a faixa etária com maior número de inadimplentes foi a de 50 a 64 anos (24,59%). Por sexo, a inadimplência está bem distribuída: 52,59% mulheres e 47,41% homens.
O valor médio devido por consumidor negativado é de R$ 6.241,55, considerando a soma de todas as dívidas.
Faixas de valores das dívidas em Santos:
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Até R$ 500: 23,31% dos consumidores
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De R$ 500,01 a R$ 1.000: 11,83%
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De R$ 1.000,01 a R$ 2.500: 18,60%
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De R$ 2.500,01 a R$ 7.500: 22,90%
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Acima de R$ 7.500: 23,36%
O tempo médio de atraso é de 29,4 meses (cerca de dois anos e quatro meses), e 36,47% dos devedores estão com pendências entre um e três anos.
Dívidas em atraso e número médio por consumidor
O número de dívidas em atraso também apresentou queda de 0,42% em relação a agosto, desempenho abaixo da média da região Sudeste (-0,60%), mas superior ao resultado nacional (0,05%).
Na comparação anual, de setembro de 2024 a setembro de 2025, houve alta de 13,93% no total de dívidas em Santos.
Em média, cada consumidor inadimplente na cidade tem 2,267 dívidas em atraso, número semelhante ao da região Sudeste (2,271) e ligeiramente acima da média nacional (2,225).
Setores com mais dívidas
O setor bancário lidera com ampla diferença:
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Bancos: 80,89%
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Outros setores: 8,58%
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Comunicação: 4,12%
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Água e luz: 3,84%
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Comércio: 2,57%
Os números revelam que as dívidas financeiras continuam sendo o principal fator de inadimplência na cidade, o que reforça a importância da educação financeira e do consumo consciente.
Sobre a CDL Santos Praia
Fundada em 18 de outubro de 1973, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Santos Praia é uma entidade sem fins lucrativos que atua em prol dos comerciantes locais, oferecendo consultoria jurídica, convênios em saúde e odontologia, acesso ao SPC Brasil, cartão-benefício, balcão de empregos, locação de espaços e cursos de capacitação. A instituição reúne cerca de mil associados em Santos.
Sobre a CNDL e o SPC Brasil
A CNDL, criada em 1960, é a maior rede representativa do varejo nacional, reunindo federações, câmaras e o SPC Brasil, que mantém um dos maiores bancos de dados de crédito da América Latina. Juntas, essas entidades representam mais de 500 mil empresas, responsáveis por 4,6 milhões de empregos e 5% do PIB brasileiro.
Com base em dados consolidados e análises mensais, o sistema CNDL/SPC Brasil ajuda a traçar o panorama do crédito no país e a orientar políticas de apoio ao comércio e ao consumidor.
📊 Resumo:
A queda de 0,26% na inadimplência em Santos é um sinal positivo após um ano de altas consecutivas, mas o valor médio das dívidas e o peso do setor bancário mostram que o caminho para o equilíbrio financeiro ainda exige planejamento, educação e cautela.